Quem visitar a Galeria da Casa
Açoriana nesta temporada de verão, irá surpreender-se com os trabalhos de autoria
do designer Robson Leal.
Nascido em Tijucas, ele já expôs
suas peças no Shopping Iguatemi onde vendeu quase a totalidade da mostra. Suas
criações não são simplesmente luminárias, mas sim obras de arte surreais que
unem o utilitário a uma mirabolante criatividade que apaixona, surpreende e
encanta ao primeiro olhar. A beleza e originalidade dessas luminárias construídas
através de encaixes de materiais reciclados garimpados em ferro velhos,
depósitos de usados, e nas andanças do autor pelo mundo, expressa com sua
estética out-sider nada convencional, o imaginário do artista, sua insatisfação
com as prosaicas limitações do cotidiano e sua busca de elaborar uma linguagem
própria que descubra novos significados para coisas já existentes.
A arte é sem
dúvida o meio mais eficiente para ressignificar coisas, objetos e a própria existência, e foi a ela que Robson se dedicou de corpo e alma nestes dois últimos anos para
encontrar sua própria resposta para esse não sentido do dia-a-dia banal. As
inventivas criações desse insólito designer são assemblages que misturam
diversos elementos interconectados de forma inusitada. O resultado dessas
montagens são composições de grande coerência, unidade formal e surpreendente
beleza.
O gosto do autor pela botânica
transparece em alguns detalhes que sugerem formas orgânicas como gavinhas,
sementes, flores, troncos e galhos retorcidos. Esses materiais acoplados a
lâmpadas, especialmente selecionadas, criam o clima das peças que se organizam espacialmente, criando ritmos e linhas harmônicas e elegantes. No espaço da Galeria a meia luz,
as formas destacam-se ainda mais pelas luzes coloridas das originalíssimas luminárias,
criando uma atmosfera divertida, lúdica e magica.
Com seus detalhes inumeráveis, que incluem antigas peras, tubos de ensaio, barômetros, peças de bijuteria, pesos de vidro, sementes, controles remotos, mecanismos de relojoaria, contadores manuais, dimers e toda uma inimaginável parafernália de peças, o conjunto escultórico funciona como uma lúdica e poética instalação luminosa que celebra o triunfo da imaginação, da criatividade e do talento:
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