domingo, 25 de setembro de 2016

Dois passos para frente e três para trás! Artes Plásticas Catarinenses

Não há como negar que houve um considerável retrocesso em relação a conquistas que os artistas catarinenses, a duras penas, tinham conseguido há décadas atrás. O motivo principal, sem dúvida, é a desorganização da classe artística e absoluta ausência de lideranças que consigam aglutinar o setor em torno de suas propostas. Nos últimos anos, assistimos a desagregação das Associações de Classe, que tiveram um papel fundamental em relação a assuntos estratégicos, tais como os circuitos de arte catarinense, através dos panoramas, que itineravam pelo estado, apresentando a produção das diversas regiões de Santa Catarina. Da mesma maneira, o Salão Nacional Victor Meirelles, que permitia uma atualização constante de nossa arte em relação ao que se faz no resto do país, além de apresentar nossos artistas a críticos e curadores do centro do país, desapareceu também sem que a classe artística desse o menor sinal de não estar conivente com o caso. Quanto a FCC, através da sua diretoria de arte, limitou-se a dar as desculpas de sempre: "-O Salão está sendo repensado, blá, blá, blá...". Na verdade, o que ocorreu foi a pura e simples extinção do mais importante evento de artes plásticas que Santa Catarina conseguiu realizar em toda a sua história. A própria direção do MASC, entregue atualmente a um jovem simpático mas sem condições de desempenhar a função de liderança da visualidade catarinense que fica a mercê de si mesma, sem sair do lugar e pior, retrocedendo cada vez de forma mais irreversível a um estado de inércia e marasmo. A culpa é dos próprios artistas que tudo aceitam e não assumem o seu papel perante as instituições. O Estado é uma pedra que só se move sob pressão. Esta realidade óbvia parece ser ignorada por aqueles que ficam esperando que haja qualquer mudança milagrosa por parte dos que administram o setor cultural institucional de Santa Catarina. Se não houver pressão, cobrança constante e propostas compatíveis com nossa realidade vamos continuar na mesmice. Claro que existem artistas e grupos fazendo seus trabalhos, porém falta uma aglutinação em torno de objetivos comuns e cada um acaba ficando isolado, sem ter condições de desempenhar seu papel em toda plenitude.
Obra de Rubens Oestroem, premiada numa das edições do Salão Nacional Victor Meirelles



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