Nascida e
criada na Holanda, formada em design gráfico na Academia de Artes de Utrecht, Freekje Veld mudou para o Brasil em
1997 e reside atualmente em Sto. Antônio de Lisboa. Ilustrou vários livros
didáticos e de ficção infantil e juvenil para editoras europeias e brasileiras.
A partir de
dezembro de 2016 expõe seus desenhos e assemblages
na galeria da Casa Açoriana de Sto. Antônio.
Grande sucesso
da temporada de verão da Casa Açoriana, Freekje teve suas obras disputadas por
colecionadores que adquiriram praticamente tudo que estava exposto. Assim, uma
individual que a Casa pretendia realizar em junho próximo com seus trabalhos,
teve que ser adiada.
Requintadas, poéticas
e originalíssimas, suas peças caracterizam-se pela extraordinária sensibilidade
para com os materiais, criatividade e inventividade sem limites. A atmosfera
peculiar das obras surpreende e encanta, fascinando o espectador com sua
riqueza de detalhes minuciosos.
Justapondo fragmentos
de objetos de madeira, porcelana ou metal, ou remontando num novo contexto
ferramentas oxidadas como enxadas, picaretas, foices, limas ou machados, Freekje
cria também pequenas cenografias onde as cenas se desenrolam. Muitas das peças
se movimentam a partir da manipulação de minúsculas manivelas acopladas aos trabalhos.
Ao acionar essas manivelas, o espectador faz movimentar as engrenagens
constituídas por roldanas ou rodas dentadas, embutidas no interior dos
trabalhos, que imprimem movimento as figuras. Esse aspecto cinético reforça o
clima lúdico, humorístico e poético das preciosas miniaturas.
Em algumas
peças de maior formato, impõe-se o caráter escultórico obtido através da articulação
espacial muito bem arquitetada dos elementos compositivos utilizados.
O humor nonsense e a atmosfera onírica dos
trabalhos de Freekje, lembram por vezes o clima fantástico das obras de René Magritte.
As referências
cultas presentes nestas obras aliam-se à desenvoltura com que a artista
transita por alguns dos movimentos mais marcantes do modernismo. São
perceptíveis ecos do surrealismo, da arte
povera, da arte cinética de Tinguely, da arte fantástica, dos ready made e, sobretudo, das assemblages.
Freekje, com
sua linguagem sui generis abre as
portas de um mundo mágico que tal como o buraco pelo qual cai a Alice de Lewis Carroll, leva a um espaço cuja dimensão
mágica nos propõe e permite vivenciarmos as delícias de um mundo encantado, cuja lógica foi invertida e
transformada pelo poder da imaginação em
pura poesia visual.
Que maravilha, Janga! E a exposição, pra quando? Bj
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