segunda-feira, 15 de maio de 2017

A Casa Açoriana abre as portas do mundo mágico de FREEKJE VELD






Nascida e criada na Holanda, formada em design gráfico na Academia de Artes de Utrecht, Freekje Veld mudou para o Brasil em 1997 e reside atualmente em Sto. Antônio de Lisboa. Ilustrou vários livros didáticos e de ficção infantil e juvenil para editoras europeias e brasileiras.

A partir de dezembro de 2016 expõe seus desenhos e assemblages na galeria da Casa Açoriana de Sto. Antônio.

Grande sucesso da temporada de verão da Casa Açoriana, Freekje teve suas obras disputadas por colecionadores que adquiriram praticamente tudo que estava exposto. Assim, uma individual que a Casa pretendia realizar em junho próximo com seus trabalhos, teve que ser adiada.

Requintadas, poéticas e originalíssimas, suas peças caracterizam-se pela extraordinária sensibilidade para com os materiais, criatividade e inventividade sem limites. A atmosfera peculiar das obras surpreende e encanta, fascinando o espectador com sua riqueza de detalhes minuciosos.


 Justapondo fragmentos de objetos de madeira, porcelana ou metal, ou remontando num novo contexto ferramentas oxidadas como enxadas, picaretas, foices, limas ou machados, Freekje cria também pequenas cenografias onde as cenas se desenrolam. Muitas das peças se movimentam a partir da manipulação de minúsculas manivelas acopladas aos trabalhos. Ao acionar essas manivelas, o espectador faz movimentar as engrenagens constituídas por roldanas ou rodas dentadas, embutidas no interior dos trabalhos, que imprimem movimento as figuras. Esse aspecto cinético reforça o clima lúdico, humorístico e poético das preciosas miniaturas.
Em algumas peças de maior formato, impõe-se o caráter escultórico obtido através da articulação espacial muito bem arquitetada dos elementos compositivos utilizados.



O humor nonsense e a atmosfera onírica dos trabalhos de Freekje, lembram por vezes o clima fantástico das obras de René Magritte.

As referências cultas presentes nestas obras aliam-se à desenvoltura com que a artista transita por alguns dos movimentos mais marcantes do modernismo. São perceptíveis ecos do surrealismo, da arte povera, da arte cinética de Tinguely, da arte fantástica, dos ready made e, sobretudo, das assemblages.

Freekje, com sua linguagem sui generis abre as portas de um mundo mágico que tal como o buraco pelo qual cai a Alice de Lewis Carroll, leva a um espaço cuja dimensão mágica nos propõe e permite vivenciarmos as delícias de um mundo  encantado, cuja lógica foi invertida e transformada pelo poder da imaginação  em pura poesia visual.




























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