SÓ TOMBAR NÃO ADIANTA
Tombada recentemente pelo IPHAN,
a tradicional vila de Sto. Antônio de Lisboa, vem sofrendo um perigoso processo
de descaracterização, que se não for freado a tempo comprometera,
irreversivelmente, aqueles valores que
tornaram o bairro tão aprazível e único.
A falta de uma normatização que
leve em conta a identidade cultural, visual e ambiental do centro histórico,
tem permitido as maiores aberrações e as mais absurdas e descabidas
interferências, que aos poucos vão desfigurando e poluindo o local.
Placas comerciais colocadas a
esmo por todo lado, barracas construídas sobre as calçadas já estreitas, comprometendo
não só a estética como a própria segurança dos pedestres, churrasqueiras
improvisadas ocupando indevidamente o espaço público, trailers instalados em
locais inapropriados, e, absurdo dos absurdos, mesas de plástico e araras com
roupa usada, expostas nos finais de semana em plena área tombada sem a mais
elementar preocupação estética.
Centro histórico de Santo Antônio de lisboa: INACREDITÁVEL!
Essa coluna seria insuficiente
para listar todas as mazelas, que incluem também a poluição sonora de um
estridente exaustor instalado por um restaurante no centrinho histórico... Agora, para complementar resolveram fechar a
Rua Cônego Serpa todos os finais de semana para fazer apresentações de pagode,
mesmo existindo no mesmo local o Clube Avante, que poderia
se fosse o caso, sediar as apresentações para evitar os transtornos e
perturbações de toda espécie que esse tipo de evento provoca.
Mas o bom senso
infelizmente não tem prevalecido. Por interesses puramente argentários mal
camuflados, compromete-se todo o ambiente, descaracterizando-o, retirando-lhe a
identidade e o rosto, matando a própria galinha dos ovos de ouro. Se nada for
feito, em breve, Sto. Antônio de Lisboa
será apenas mais um não lugar, desfigurado, poluído em todos os sentidos e sem alma.
A educação de uma
comunidade mede-se entre outras coisas pela maneira como são tratados seus
valores, dentre os quais se incluem a estética e harmonia dos espaços públicos.
Amo Santo Antonio de Lisboa desde inícios de 1972. Era inacreditavelmente belo. Tristeza isso que estão fazendo. Acada ano a exploração descaracteriza, enfeia e suja esse paraíso. Cuide como puderes amigo. E enquanto puderes. Sei como é desgastante e frustrante mas não dá pra deixar de denunciar e lutar contra esse crime.
ResponderExcluirSanto Antônio parece terra de ninguém. Não há limitação física entre calçada e espaço para veículos. Carros estacionados à revelia da lei. Moradores que não têm como sair de casa pelos veículos estacionados e outros sequer chegam em casa porque os ônibus não conseguem circular. Calçadas ocupadas com barracas, mesas, cadeiras, churrasqueiras, vasos, e a Cônego Serpa fechada, sem qualquer decisão da comunidade. ACORDEM IPUF E IPHAN.
ResponderExcluirParabéns a matéria, realmente a vila hoje tombada precisa mesmo que alguém tome providencias porque o que vemos nos finais de semana naquele pequeno pedaço parece uma favela, onde misturam-se cultura com aproveitadores. mas aqui não é diferente de qualquer outro lugar para muitos os rigores da lei, para outros a benefice.
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