domingo, 22 de abril de 2018

S.O.S MASC





Instituição cultural mais importante de Santa Catarina e com o maior reconhecimento nacional o MASC esta há tempos a merecer um reconhecimento maior da sua importância por parte da administração cultural do Estado. Sem dotação orçamentaria, sem autonomia administrativa, e a reboque de uma Fundação que nem sequer tem assento no colegiado, o MASC tem sido o filho pobre do governo e sobrevivido quase que por milagre. Atualmente a situação, se já não era das melhores, tornou-se praticamente insustentável. Só para se ter uma ideia, o museu não possui mais nem montadores, o ultimo que ainda continuava na ativa está licenciado e ira se aposentar quando encerrar a licença. Sem equipe técnica atualmente, apenas dois funcionários do setor de arte educação integram a equipe do museu que não inclui nem mesmo a figura básica de um museólogo. Responsável pela curadoria que divide com Édina de Marco, Josué Mattos fez milagres neste curto período em que esta a frente do MASC, em pouco tempo retomou o papel de liderança das artes visuais catarinenses, mostras de excelente nível norteadas sempre por um projeto curatorial coerente sucederam-se, colocando o MASC na agenda dos eventos culturais de importância nacional. Tudo foi feito dentro de uma situação de precariedade total, que em hipótese alguma é admissível tratando-se de uma instituição de tamanha importância para a cultura catarinense, como é o caso do MASC.

ASSIM COMO ESTÁ É IMPOSSÍVEL CONTINUAR.

Faz-se urgente e necessária uma mudança de atitude por parte do governo do Estado em relação a um dos museus de arte mais importantes do país.
Recentemente fui convidado para fazer a curadoria de uma individual do decano das artes catarinenses: Silvio Pléticos, sabendo das agruras financeiras do museu declinei do pró-labore para que essa importância, mesmo que  simbólica, pudesse ser utilizada na  impressão de um catálogo. Foi com o empenho de minha palavra de que o mesmo seria feito que consegui fazer Pléticos aceitar o convite, já que numa outra ocasião, quando o artista completou noventa anos, o museu convidou-o para expor e depois alegou não ter verba para fazer um simples catálogo. Fico preocupado pois até agora, já encerrada a mostra, não há nenhuma notícia sobre o cumprimento da promessa. Essa situação constrangedora de um museu de arte não ter condições sequer de fazer um simples registro digno da exposição de um dos artistas que mais contribuiu para a cultura visual do Estado, dá bem uma ideia do sufoco que a minguada equipe do MASC enfrenta no seu dia a dia.
Os artistas catarinenses, através de suas entidades de classe, têm o compromisso histórico e o dever de se manifestar, propondo e exigindo que o governo do Estado perceba finalmente a importância estratégica e vital do MASC para a arte e a cultura do nosso estado como um todo.
Quem visitar o MASC hoje poderá apreciar uma das mais importantes coletivas de artistas catarinenses realizadas pelo museu e ter uma visão do que uma gestão competente como a de Josué Mattos, mesmo sem ter as condições mínimas, pode fazer. Poderá muito mais se lhe forem dadas condições apropriadas.
Refazer os quadros, contratar uma equipe que preencha todas as necessidades para o pleno funcionamento do museu tornando-o habilitado à bem desempenhar as funções que lhe competem, bem como remunerar com dignidade o trabalho altamente qualificado de seus servidores é o mínimo que se pode esperar de um governo que encare com seriedade a cultura e a arte catarinense.

Estamos na terra do “já teve”, espero que não corramos o risco de que breve tenhamos que nos lamentar e dizer que já tivemos a frente do nosso museu de arte mais importante UM DOS CURADORES MAIS QUALIFICADOS DO PAÍS e nada fizemos para tentar mantê-lo no cargo.

POR FAVOR, ARTISTAS E PÚBLICO INTERESSADO: MEXAM-SE!

FAÇAMOS ISSO PELO FUTURO DA ARTE CATARINENSE.


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