Instituição cultural mais importante de Santa Catarina e com
o maior reconhecimento nacional o MASC esta há tempos a merecer um
reconhecimento maior da sua importância por parte da administração cultural do
Estado. Sem dotação orçamentaria, sem autonomia administrativa, e a reboque de
uma Fundação que nem sequer tem assento no colegiado, o MASC tem sido o filho
pobre do governo e sobrevivido quase que por milagre. Atualmente a situação, se
já não era das melhores, tornou-se praticamente insustentável. Só para se ter
uma ideia, o museu não possui mais nem montadores, o ultimo que ainda
continuava na ativa está licenciado e ira se aposentar quando encerrar a
licença. Sem equipe técnica atualmente, apenas dois funcionários do setor de
arte educação integram a equipe do museu que não inclui nem mesmo a figura
básica de um museólogo. Responsável pela curadoria que divide com Édina de
Marco, Josué Mattos fez milagres neste curto período em que esta a frente do
MASC, em pouco tempo retomou o papel de liderança das artes visuais
catarinenses, mostras de excelente nível norteadas sempre por um projeto
curatorial coerente sucederam-se, colocando o MASC na agenda dos eventos
culturais de importância nacional. Tudo foi feito dentro de uma situação de
precariedade total, que em hipótese alguma é admissível tratando-se de uma
instituição de tamanha importância para a cultura catarinense, como é o caso do
MASC.
ASSIM COMO ESTÁ É IMPOSSÍVEL CONTINUAR.
Faz-se urgente e necessária uma mudança de atitude por parte
do governo do Estado em relação a um dos museus de arte mais importantes do
país.
Recentemente fui convidado para fazer a curadoria de uma
individual do decano das artes catarinenses: Silvio Pléticos, sabendo das
agruras financeiras do museu declinei do pró-labore para que essa importância,
mesmo que simbólica, pudesse ser utilizada
na impressão de um catálogo. Foi com o empenho
de minha palavra de que o mesmo seria feito que consegui fazer Pléticos aceitar
o convite, já que numa outra ocasião, quando o artista completou noventa anos, o
museu convidou-o para expor e depois alegou não ter verba para fazer um simples
catálogo. Fico preocupado pois até agora, já encerrada a mostra, não há nenhuma
notícia sobre o cumprimento da promessa. Essa situação constrangedora de um
museu de arte não ter condições sequer de fazer um simples registro digno da exposição
de um dos artistas que mais contribuiu para a cultura visual do Estado, dá bem
uma ideia do sufoco que a minguada equipe do MASC enfrenta no seu dia a dia.
Os artistas catarinenses, através de suas entidades de classe,
têm o compromisso histórico e o dever de se manifestar, propondo e exigindo que
o governo do Estado perceba finalmente a importância estratégica e vital do
MASC para a arte e a cultura do nosso estado como um todo.
Quem visitar o MASC hoje poderá apreciar uma das mais
importantes coletivas de artistas catarinenses realizadas pelo museu e ter uma
visão do que uma gestão competente como a de Josué Mattos, mesmo sem ter as
condições mínimas, pode fazer. Poderá muito mais se lhe forem dadas condições
apropriadas.
Refazer os quadros, contratar uma equipe que preencha todas
as necessidades para o pleno funcionamento do museu tornando-o habilitado à bem
desempenhar as funções que lhe competem, bem como remunerar com dignidade o
trabalho altamente qualificado de seus servidores é o mínimo que se pode
esperar de um governo que encare com seriedade a cultura e a arte catarinense.
Estamos na terra do “já teve”, espero que não corramos o
risco de que breve tenhamos que nos lamentar e dizer que já tivemos a frente do
nosso museu de arte mais importante UM DOS CURADORES MAIS QUALIFICADOS DO PAÍS
e nada fizemos para tentar mantê-lo no cargo.
POR FAVOR, ARTISTAS E PÚBLICO INTERESSADO: MEXAM-SE!
FAÇAMOS ISSO PELO FUTURO DA ARTE CATARINENSE.
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