Parte de Obra de Roberta Tassinari, danificado durante mostra no Museu de Arte de Santa Catarina |
Mais de dois mil e quinhentos acesos ao texto em que questionamos a falta de um curador, e de um conselho consultivo para o MASC, são uma clara demonstração de que a comunidade catarinense não está indiferente ao destino de seu mais significativo museu de arte.
Quando poderia parecer que a questão se resumia ao fato de não existir
nem curador, diretor de arte, nem muito menos conselho consultivo, uma simples
visita noturna ao museu, enquanto aguardávamos o início de um espetáculo, deixou-nos
mais pasmos ainda! Bem na parede de entrada do MASC, como se obra de arte fosse, fotos de movimentos sociais expostas da maneira mais primária. Ali estavam, candidamente, como se estivéssemos “adentrando”
num salão paroquial ou num centro comunitário de subúrbio. Quem autorizou? Quem
teve a brilhante ideia? Não se sabe, pois não havia nenhuma explicação para tão
grotesco episódio!
Definitivamente, o MASC deixou de ser um museu de arte respeitável,
e nessa administração virou a ‘casa da
mãe joana’. Vamos torcer para que a nova
superintendência da FCC, corrija urgentemente esse desvio de rumo. Façamos votos para que todos esses episódios deploráveis
sirvam de lição para não se lotear mais o MASC e nossos demais museus entre os 'PRs' da vida.
O MASC pertence de direito aos
artistas catarinenses e ao público que os prestigia. Menosprezar a inteligência
e a capacidade crítica desse público é temerário e leviano. Ninguém é tão ingênuo e tolo que não perceba o
desmonte da cultura catarinense que está sendo feito aos poucos por um governo
que, em termos de cultura, só tem os olhos para as feiras agropecuárias.
A deliberada vontade de desprestigiar nossas instituições
culturais mais representativas, transparece
nitidamente através da falta de recursos
destinados a instituições importante e
vitais como o MASC, e da falta de consideração e dignidade para com a sua
história.
Ludibriado em seus direitos de cidadania, o público tem toda razão de se manifestar e o
faz sempre que tem oportunidade. ESSA É A EXPLICAÇÃO PARA O AMPLO APOIO DOS
MILHARES DE INTERNAUTAS QUE VISITARAM NOSSO BLOG.
Seria bom se esse assunto
incômodo pudesse ser encerrado, mas infelizmente tem outras questões cruciais
referentes ao mesmo tema da falta de direção do MASC, e de suas nefastas
consequências para a arte e a cultura catarinenses.
Recentemente, episódios
ocorridos em mostras que foram selecionadas através do edital, demonstram
mesmo que o descaso é total. O primeiro diz respeito a individual do artista
criciumense Janor Vasconcelos. Janor, aprovado no edital do
museu, produziu toda sua individual a
partir de um projeto que levou em conta a planta baixa do MASC, enviada aos concorrentes.
Sua proposta foi toda pensada em função das características arquitetônicas do
MASC, o autor investiu uma quantia considerável na produção de seu especifc-site. Ao chegar em Florianópolis, já com a
exposição pronta para ser montada, foi avisado que a planta baixa do museu havia sido alterada para sediar a mostra de Juan Miró, e que resolveram deixar as alterações assim
mesmo ignorando solene e desrespeitosamente
o fato de que a planta original, enviada
aos que concorreram ao edital, era outra.
O prejuízo do autor foi enorme em
todos os termos, desde o tempo e os recursos que teve que gastar para a execução do projeto, até
o comprometimento do resultado final de
sua individual, que teria sido bem outro, se o MASC no mínimo tivesse cumprido
com a sua parte. Janor nos contou que
além do enorme prejuízo que teve pelo fato de não ter sido avisado da alteração
da planta, ainda foi obrigado a comprar até a tinta necessária para pintar uma
parede onde seriam colocados seus desenhos.
Outra das obras de Tassinari danificadas |
Por certo, esqueceram-se de ler o edital das exposições, que
afirma com todas as letras, num de seus
artigos, que “...cabe ao MASC a
responsabilidade pela segurança e integridade das obras expostas”. Esses
casos que não são exceção, são paradigmáticos do que infelizmente vem acontecendo no setor cultural, sem que nada seja feito
para reverter essa situação de desestímulo e retrocesso. É inaceitável
que esse descaso e menosprezo prossigam! Essa situação deve ser por todos repudiada!
Obra de Roberta Tassinari |
Enquanto isso, a feira de arte do Fifo ocupando um casarão no centro e o Salão Victor Meirelles "clandestino" viraram cases de sucesso no universo artístico da cidade. Poderiam servir de espelho aos gestores do Masc e burocratas da cultura., que tambem poderiam aprender um pouco mais com outras inicativas mais longevas como o Mundo Ovo da Eli e a Casa Açoriano do Janga, além da casa de Nereu Ramos comandada pelo Badesc.
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